quarta-feira, 26 de maio de 2021

ESCREVER É PRECISO

 ESTOU REALIZANDO UMA ATUALIZAÇÃO E POSTAREI EM BREVE . 

TEM MUITO ASSUNTO PARA TRAZER AO  AR.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Outras Praias Literárias

Caros leitores, damos e damas,

Desde os tempos da adolescência que gostava de escrever as minhas histórias, criadas das leituras e dos filmes que passavam por minhas mãos. Durante esse tempo maravilhoso da vida de cada um, escrevi em Diário, rabisquei historinhas, pensei muitas coisas, mas nada ia para a frente, exceto a Coleção do personagem Tex.



Somente quando já estava casado, depois dos 20 anos, iniciei escrever histórias de ficção. Escrevia nos cadernos, cada aventura consumia três a quatro cadernos. Algumas passei, mais tarde, para o computador e viraram livros, romances, que atualmente foram publicados em e-book e se encontram no site Amazon, sendo vendidos.

No final do segundo milênio, inventei de escrever uma aventura para o Tex, na tentativa de ser aceito o roteiro e publicado na Itália, depois de desenhado. Mas não deu certo. Porém, abri um canal de conversação com  o editor Sergio Bonelli, e daí, consegui alguns  bons conselhos, entre eles, tentar a sorte de outra maneira, no Brasil. Assim, escrevi ainda, outras aventuras, mas sabia que não daria certo, ou se daria, não paguei para ver, depois da negativa inicial. Passei, então, para outro campo, que foi escrever sobre o personagem Tex, visando os leitores, colecionadores brasileiros. Como eu detinha um bom conhecimento, fui à luta.

Assim, escrevi quatro livros sobre o personagem Tex, lançando todos por minha conta, sem editora por trás. Escrevi, digitei, corrigi, mandei imprimir, divulguei, vendi e despachei. Aprendi como se comportar em pré-venda e satisfiz o meu desejo de deixar marcada a minha presença no mundo do personagem que coleciono há mais de 40 anos. Iniciei em 1977 a coleção, que perdura até nossos dias.

Mas a literatura é vasta, é ampla, oferece dezenas de opções e oportunidades. Assim, passei a produzir alguns romances,  principalmente dois dos tempos antigos, escritos em cadernos. Estes, atualizei, alterei, recompus e ocupei o espaço oferecido para escritores venderem os seus livros, mediante pagamento de espaço em sites de grande alcance e envergadura.

Depois de dois romances publicados, fora do mundo do Tex, tomei a decisão de tentar publicar um livro por ano, até completar 60 de idade, e coloquei-me a trabalhar sempre que possível, nas noitadas diante do computador, depois do trabalho diário. Em alguns momentos consegui produzir mais, noutros menos. Todavia, até o presente momento, ainda tenho material antigo. Tanto é, que consegui compilar os escritos a partir de 1991, com os relatos de minha viagem a trabalho para o Japão, onde permaneci por 5 anos, em duas etapas. E lancei esta semana e já se encontra disponível.

Estou trabalhando num romance, perto da página 200, relativo a um assunto bastante atual, que por enquanto é segredo de estado, mas posso dizer que combina ficção com realidade, cada qual no seu quadrado, mas com as misturas necessárias para prender e encantar o leitor. A previsão para publicação pode ser este ano, talvez em dois volumes, para aproveitar os tempos das pessoas presas em casa, devido a pandemia de covid-19, que se pensa, estão a ler mais, para aproveitar de forma bem produtiva, o isolamento.

Outros dois livros publicados dizem respeito à história da minha terra natal, a Serra Encantada de Dona Inês, aqui no estado da Paraíba, terra do meu Pai, a minha mãe não é daqui da região. Ela é cearense das proximidades da Ibiapaba. Estes livros trazem, o primeiro, a história municipal,  política, social, religiosa, esportiva, a formação e o desenvolvimento; o segundo, uma ficção sobre a lendária mulher que deu origem ao povoado e nome ao lugar. O primeiro foi impresso. O segundo é e-book.

Outras praias estão sempre surgindo na vida de um escriba. Dos meus contatos com poetas nordestinos, tenho realizado algumas poesias e pratico sempre que surge oportunidade. Assim, é provável que um tempo à frente, possa compilar vários trabalhos e publicar. De forma semelhante, costumo escrever matérias para blogs com comentários políticos, sociais, etc., e existe a possibilidade de preparar um livro de crônicas, num tempo futuro.

Dito isso, volto a renovar o meu compromisso de lançar um livro por ano, ou mais, se possível, para externar os meus conhecimentos, para dar testemunho do meu tempo e da minha visão, buscando ajudar na formação de leitores e de cidadãos. Costumo incentivar a leitura, formei grupos e páginas nas mídias sociais, com esse objetivo e tenho alcançado alguns resultados que posso dizer, positivo.

Em tempo, listo as publicações existentes:
Tex no Brasil - O Grande Herói do Faroeste - 2009
Tex no Brasil - Justiça a Qualquer Preço - 2012
Tex no Brasil - Águia da Noite - 2015
Tex - 70 Anos do Cowboy Justiceiro - 2018*
Passado Sujo - A Soma dos Seus Erros - 2016
Os ET's Voltaram - Sangue, Destruição e Morte - 2017
Dona Inês - Seu Povo, Sua História - 2017
Inês - Origens - 2019
Minhas Aventuras no Japão - 2020

Todos estão lançados em e-book e podem ser adquiridos no site Amazon para leitura (exceto o assinalado com (*). A busca pode ser realizada pelos títulos e nome do autor.

Saudações literárias e abraços letreirados.

G. G. Carsan

domingo, 21 de outubro de 2018

Passado Sujo () - o Primeiro livro

Passado Sujo - A Soma dos Seus Erros foi o primeiro livro. Trata-se de um romance regional, passado numa localidade do interior.

Sinopse:
Um jovem jornalista obcecado por sua própria história se vê tragado por uma série de acontecimentos que envolvem assassinatos, roubos, politicagem, poder, preconceitos, mentiras e mistérios. Tudo isso enquanto descobre o amor, a coragem, a dor, a vida de um lugar remoto do interior, e suas nuances prazerosas e também dolorosas. Humor e erotismo se misturam com conceitos ultrapassados e intolerância. Você vai se apaixonar por Fogaréu e por seus habitantes.
Passado Sujo - A Soma dos Seus Erros apresenta Edu Pinto numa saga de sangue, suor e lágrimas, com causos de arrepiar e surpresas inesquecíveis, capazes de mudar o modo de ver, de sentir e de agir daqui pra frente.

Livro para ser lido no kindle, online, da Amazon.com (1.077 páginas) por um preço camarada e que pode ser encontrado digitando o nome do autor no campo de busca.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

TEX - 70 ANOS (1948-2018)

Tex está alcançando a incrível marca de 675 álbuns lançados apenas na Coleção Mensal ou  70 anos de vida editorial, onde traz no bojo outras coleções e republicações de grande sucesso.

2018 é o Ano do Tex. Não se fala noutra coisa desde 1º. de janeiro e este ano será mesmo recheado de lançamentos, de eventos, de reportagens, de desenhos, de homenagens.




G. G. Carsan produziu um livro-álbum que passeia nos 70 Anos de Tex fazendo um resgate simples e rápido, porém, com muita pompa e circunstância num material capa dura, papel branco de qualidade, colorido, tamanho gigante 30x25cm, contendo imagens muito bacanas.

Um ponto alto do livro é o conto Tex - família de bandidos, em que os tiroteios ditam o ritmo do enredo. Mas outros serão ditos: o timeline, o poster, as páginas espelhadas, etc. É um livro-álbum para o mais crítico e exigente dos colecionadores.

O livro marca todo um ciclo de aventuras e sucessos e também o ápice de um tempo que representou muito para o autor e para os texianos. E que será altamente e amplamente festejado e lançado  no 3º. Festival de Quadrinhos de Limeira, organizado por Renato Frigo e Adriano Rainho, nos dias 29 e 30 de setembro de 2018.

Este livro é diferente dos anteriores publicados pelo Autor, sendo com tiragem limitadíssima, 120 exemplares, apenas para os abnegados e dispostos a investir 100,00 e o valor do frete. 

E o Festival hem? ah o Festival. Começou de verdade em 1º. de setembro com a Exposição no Espaço Engep, onde acontece até o dia 30 a Exposição do Tex 70 Anos, com o acervo riquíssimo de Adriano Rainho. Durante o festival, serão sorteados brindes vindos direto de Sergio Bonelli Editore e 20 artistas convidados estarão desenhando personagens da Bonelli. 

O homenageado será o Pedro Mauro, artista que desenhou Adam Wild para a Bonelli. Ele fez o cartaz principal do evento. Além do artista, Limeira receberá a constelação de produtores e colaboradores que já trabalharam com Tex nos últimos tempos, publicando no Brasil.

Nos dois dias haverá palestras com vários temas sendo discutidos. Adriano Rainho lançará o seu primeiro livro no festival. Será o primeiro de uma série prevista para 4 volumes. Outro que lançará livro será o colecionador João Marin. 

Programa-se para Limeira 2018 a presença de muitos pards texianos, alguns prometendo se apresentarem de cosplay de algum personagem da saga, como o G. G. Carsan, que veste o Tex há mais de 20 anos e promete se apresentar assim mais uma vez.

Limeira se prepara para receber os texianos. Os hotéis e restaurantes já estão antenados. Um prato  típico da saga texiana será oferecido aos pards. E com certeza muita coisa vai acontecer  durante os dois dias de evento.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

TEX 70 ANOS - O LIVRO

Caros pards do Velho Oeste de Tex,

Eu não seria mais o mesmo se ao passar uma data tão importante na vida editorial de Tex, o grande herói do faroeste, o meu amigo Tex, ficasse alheio às notícias, ao mundo e de braços cruzados, vendo a banda passar. Por isso, na impossibilidade de fazer o que imaginei lá atrás em 2015, que seria a 10ª. Expo-Tex, e o motivo foi a minha mudança de cidade, vindo habitar no interior.

Capa Sugerida Sujeita a Alteração
Mas havia mais um propósito e este, graças a Manitu, estou conseguindo executar, alavancado por muitos pards que adoram Tex Willer e confiam e aprovam o meu trabalho de divulgação e gostam do material que publico com as ricas informações texianas agrupadas e fáceis de entender.

E para celebrar, festejar, homenagear, farrear, movimentar, reconhecer, divulgar e participar, planejei um livro com características bem diferentes da trilogia Tex no Brasil (2009, 2012, 2015) e em 29 e 30 de setembro de 2018, no aniversário do Tex de 70 Anos, apresentarei no Festival de Quadrinhos de Limeira, o novo trabalho intitulado Tex - 70 Anos do Cowboy Justiceiro, para todos conhecerem e apreciarem e levarem para casa.

O livro gigante mede 30x25cm (60x25 quando aberto), sairá em capadura, papel couche, colorido, com o nome e numerado dos participantes da pré-venda, 130 páginas, páginas espelhadas (conteúdo passando de uma página para a outra), um conto de Tex (aventura curta, inédita) e muitas surpresas para contar, relembrar e reviver boa parte da saga de Tex nesses 70 mágicos anos de faroeste.

Estou me preparando para festejar com os texianos em Limeira, nesse que será o maior Conclave do Tex de todos os tempos. Tomara que o Grande Espírito me conceda muita saúde e sabedoria para esse grande momento.

Saudações texianas,

G. G. Carsan


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

TEX SHOW SEGUNDA TEMPORADA

O meu, o seu, o nosso Tex Show está de volta.
Em sua Segunda Temporada, o programa retorna depois de alguns meses de espera. A novidade são os vídeos com duração média de 10 minutos. Foi eliminado o formato de blocos com denominações como Quem é Tex, Sinais de Fumaça, etc., dando lugar a assuntos sendo tratados em sequencia, um após o outro, sem intervalo.
Alguns aficcionados no Programa elogiaram o modelo e deverá ser o que vigorará nessa Temporada.
A introdução, a abertura continuam iguais à Primeira Temporada.
A periodicidade será variável, podendo ter programas semanais, quinzenais ou mensais, de acordo com o tempo de realizar e os acontecimentos no Mundo de Tex.
Pedimos aos texianos que continuem prestigiando e deixando mensagens, comentários, opiniões, sugestões, críticas e o que acharem positivo para melhorar a performance. E não deixem de compartilhar com amigos que gostam de quadrinhos, e mesmo quem não gosta poderá vir a gostar.
Saque hombre!
Bang Bang...
Adiós, amigo!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

HOMENAGEM A G. L. BONELLI - 16 ANOS

HOMENAGEM A GIAN LUIGI BONELLI - CRIADOR - ROTEIRISTA DO TEX. 16 ANOS DE SUA MORTE.


Gian Luigi Bonelli, considerado o pai dos quadrinhos italianos, onde são conhecidos por fumetto, nasceu em Milão no dia 22 de dezembro de 1908. Aos 40 anos, criou o seu mais célebre personagem, alcançando um sucesso estrondoso, uma marca sem parâmetros. Faleceu em 12 de janeiro de 2001, aos 93 anos.
Mas se engana quem pensa que Bonelli foi apenas Tex. Ele foi muito mais. Escritor compulsivo, a partir de 1936 lançou Artagow, seu primeiro herói, uma espécie de Tarzan, seguido por dezenas de personagens, como Il Crociato Nero, Occhio Cupo, La Pattuglia dei Senza Paura, Yuma Kid, Judok; escreveu romances – I Fratelli del Silenzio e Le Tigri dell’Atlantico, Il Massacro di Goldena – este depois adaptado para a série Tex (Tex 16 – Território Apache).
Fernando Leoni, Carlo Bianchi, Giovanni Altieri, Landi, Romolo Lanza, Sandro Vela, Big Jonh... Alto lá! Não são nomes de outros escritores famosos, nem de desenhistas. Estes foram alguns dos pseudônimos usados por G. L. Bonelli para assinar as suas diversas criações. Naquela época era normal se utilizar pseudônimos para assinar as obras e se manter na sombra, driblando diversos tabus sociais dos detentores do poder e da grande maioria da população, absolutamente ignorante e transtornada pela Guerra. É talvez um fato inerente aos
Bonelli, haja vista que o filho Sergio Bonelli também adotou o nome de Guido Nolitta para Zagor, Tex, Mister No, etc.
O escritor John Le Carré diz que por mais que se produzam estudos e dissertações na teia burocrática do academicismo, não é possível descobrir o porquê de gostarmos mais da voz de um escritor em nossa imaginação do que a de outro. Com Bonelli não foi diferente, pois ele nos sopra a voz de Tex no mais íntimo de nosso ser. Com a escrita na veia, quis possuir a própria editora e adquiriu a Audace, capitaneada por sua esposa Tea Bonelli, que viria mais tarde a se tornar a todo-poderosa Sergio Bonelli Editore. G. L. Bonelli aplicava-se em tempo integral à criação dos argumentos e desenvolvimento dos roteiros, sem se preocupar com a administração da Editora, deixando tudo com sua esposa e mais tarde com o filho Sergio. Acertou a mão com Tex e foi melhorando a cada aventura, dando-lhe vida própria e emprestando-lhe a alma. A se aceitar a tese de que os autores desenvolvem os heróis com as suas características mais intrínsecas, então podemos dizer que Tex representa o que o escritor gostaria de ser. É bem verdade que uma boa parte são sonhos e desejos inalcançáveis, mas todo homem precisa
sonhar para lutar por suas realizações.
Assim, Bonelli usou todo o seu senso crítico e sua boa estrela a serviço de Tex, deixando os outros personagens em segundo e depois em terceiro plano. Os tempos eram outros, tinha um personagem de sucesso nas mãos e tomou a iniciativa de progredir, de desenvolver novos personagens e agregar valor ao herói, proporcionando várias alterações e unindo muitas variáveis. Em algum tempo, seu Tex tinha três companheiros, uma dezena de amigos espalhados em lugares estratégicos e um lista completa de inimigos perigosos contracenando nos mais diversos campos do crime. Por quase 30 anos convivemos com a inscrição “Texto de G. L. Bonelli” na parte inferior do frontspício. Nesse período, percebemos as muitas alterações emitidas na publicação. Pudemos ver o Tex impulsivo e tempestivo das aventuras rápidas amadurecer e se tornar o Tex inteligente e explosivo, durão e recheado de qualidades, consistente, que caiu no gosto popular para sempre.
Se Bonelli começou com Tex igual a qualquer um dos personagens anteriores, que não obtiveram tal sucesso, escrevendo a aventura da vez, sem preocupação cronológica, logo teve que mudar e realizar um planejamento a longo prazo e a primeira medida foi introduzir aos poucos os personagens que se tornariam populares. Também foi deixando lacunas para fazer ferver os neurônios dos leitores, algumas que se propagaram no tempo e ainda não foram bem resolvidas e somente agora, depois de muita insistência, vem sendo reveladas, no conta-gotas,
pelos motivos que podemos supor.
Sergio Bonelli contou certa vez numa entrevista, que para o seu Pai, no início, Tex era somente um personagem como tantos outros, aos quais não dedicava uma atenção particular. Devia servir apenas para embalar os leitores na fantasia naqueles anos. Ser um roteirista de gibis era quase uma vergonha, disse Sergio, e confessou que para os seus amigos do colégio dizia sempre que o seus pais se ocupavam com comércio exterior.
Bonelli não teve medo de suprir o seu herói de qualidades cada vez mais complexas e até certo ponto inimagináveis. Proveu-lhe de todas as armas e de todas as habilidades possíveis num homem da fronteira. A sua bagagem anterior permitiu diversificar o modus operandi a cada aventura, mantendo, entretanto, a base sólida. O tempo foi passando, o sucesso chegou, a responsabilidade aumentando a cada dia e o incansável Bonelli dedicando a sua existência às páginas do seu personagem mais querido, ao seu Eu. Precisou arregaçar as mangas para dar conta do cada vez mais complexo mundo de Tex Willer. Passou a estudar mais e a imprimir um cunho histórico confiável através de uma pesquisa séria e documentada, capaz de oferecer aos leitores mais conhecimento através do lazer e matar de uma vez por todas o tabu de que gibi não educa.
Tex representou para a imensa maioria dos italianos o primeiro contato com o Oeste Selvagem norte-americano e sua realidade fantástica, mas o que poucos sabiam era que Galep, ao receber a proposta diretamente de Tea Bonelli (esposa de Gianluigi) e Editora da Cepim e Audace para desenhar um novo personagem de faroeste, buscou inspiração e ambientou as paisagens no maciço dolomítico da Sardenha, que conhecia muito bem.
Precisava conhecer pessoalmente o Oeste americano para matar a curiosidade e observar in loco tudo aquilo que havia criado baseado apenas em fotografias e mapas físicos e topográficos. Viajou com os filhos Giorgio e Sergio para a América e conheceu a fantástica paisagem do Monument Valley, do Grand Canyon, do Deserto Pintado, do Rio Grande, das Rocky Mountains, velhos pueblos e as cidades da região, com seus antigos monumentos, seus pontos turísticos preservados, os Navajos e Hopis, Apaches e Sioux, as trilhas e riachos que formam o plano de fundo das maravilhosas aventuras que saíram de sua mente fértil e se tornaram companheiras de milhares de fãs.
Ao leitor brasileiro nunca ficou o menor resquício de dúvida quanto à genialidade de Bonelli. Um passeio pela Seção de Cartas das revistas servirá de parâmetro para a aceitação do roteirista. São muitos elogios durante a maior parte do tempo. Quando ocorreu crítica, geralmente se referia a não aceitação das histórias envolvendo bruxos e seres fictícios, mas que por outro lado, eram muito bem aceitas por outros leitores, que tratavam de fazer a defesa do autor.
Quando demonstrou sinal de cansaço devido à idade avançada, Bonelli incutiu em todos os leitores o medo cruel da não continuidade do seu personagem. Uma grande incógnita plantou-se no mais profundo íntimo dos milhares de fãs e colecionadores espalhados por diversos países, ainda mais no Brasil, onde as respostas dos editores às argüições destes era baseada em suposições. Mas o fiel Comandante estava preocupado em dar prosseguimento a sua obra? tratou de preparar um substituto a altura? Certamente que sim, mas as coisas ocorreram de
modo inesperado, pois Claudio Nizzi chegou na SBE somente em 1981, aos 43 anos, e no ano seguinte já começou a trabalhar com Tex, substituindo o criador e não parou mais, segurando o timão com competência, apesar de desagradar uma parte dos leitores.
Muito provavelmente, a transferência de Bonelli deste para outro patamar espiritual, contribuiu para a queda expressiva nas vendas da revista do seu personagem, pois muitos devem ter aproveitado o fato para se dedicarem a outras coisas, como se continuassem apenas por serem fiéis ao velho amigo. Mas Bonelli fez a coisa certa, permitindo que outro desse sequência à sua criação, como se fosse possível que outra pessoa pudesse fazer algo exatamente igual ao criador. Foi realmente um ato de grandeza, livre de egoísmo, que somente engrandeceu o seu currículo e o fez realmente digno daquele que criou e transcende a tudo e a todos.
Numa entrevista em 1994, Bonelli disse: “ ... eu me identifiquei com Tex e lhe atribuí, no bem e no mal, a minha visão da vida. Tex sou eu!” Temos uma dívida de gratidão com G. L. Bonelli, infinita.
Hoje sabemos que G. L. Bonelli pode trabalhar tranquilo e ter uma velhice mais tranquila ainda, pois o filho Sergio Bonelli tratou de manter o seu personagem dentro dos mesmo parâmetros, amarrando-lhe dentro do mesmo conservadorismo paterno, deixando passar apenas a real diferença que Claudio Nizzi não podia se igualar ao mestre criador.
Morto, Bonelli pai foi se encontrar com Galleppini nos Verdejantes Campos de Caça de Manitu e lá certamente estão, agora na companhia de Sergio, de Ferri, e tantos outros, revivendo alegres e felizes aventuras, acompanhando o que se faz aqui neste Vale de Lágrimas. A importância de ambos para os italianos se confirmou e receberam nome de ruas e até outras organizações. De fato, deixaram um legado que só engrandece aos italianos e principalmente aos leitores, colecionadores apaixonados de Tex.
Crescemos e envelhecemos lendo as incríveis aventuras de Gian Luigi Bonelli e neste 16º. Aniversário de sua morte, rendemos nossa homenagem, pagando um tributo especial de reconhecimento por sua contribuição em nossas vidas.
Três Vivas para Gianluigi Bonelli...
Viva! Viva! Viva!... pois certamente continua firme entre nós.
G. G. Carsan